
“Teaching logic within a framework of the epistemology of virtues”, communication presented at the V International Congress on Tools for Teaching Logic, Madrid, March 23-24, 2023.
Social
Normalmente atribuímos o conhecimento a grupos. Por exemplo, dizemos que “as Nações Unidas sabem que o coronavírus está a aumentar as desigualdades globais;” “a Organização Mundial da Saúde sabe que as vacinas contra o coronavírus têm uma elevada probabilidade de sucesso”; “o júri sabe que o acusado é inocente”. Como deveremos compreendemos estas atribuições de conhecimento de grupo? O conhecimento de grupo é sempre redutível ao conhecimento dos membros do grupo ou não? Para responder a estas questões escrevi o artigo “A Knowledge-First Account of Group Knowledge” agora publicado em Logos & Episteme: an International Journal of Epistemology. O meu objectivo nesse artigo é relacionar dois tópicos influentes na epistemologia contemporânea: a discussão do conhecimento de grupo e a discussão da abordagem do conhecimento-primeiro. Na epistemologia social ainda ninguém aplicou e desenvolveu seriamente a teoria de Williamson do conhecimento-primeiro para o caso do conhecimento de grupo. Por exemplo, os estudiosos do conhecimento de grupo assumem normalmente que o conhecimento é analisado em termos de conceitos mais básicos, tais como crença ou aceitação de grupo, justificação de grupo, e assim por diante. No entanto, se a teoria do conhecimento de Williamson estiver correcta, estas não são boas análises para a compreensão do conhecimento de grupo. Pois, neste enquadramento teórico, o conhecimento não é analisado em termos de crença e justificação, e o mesmo se deve aplicar ao conhecimento de grupo. Assim, propomos analisar que consequências tem a teoria de Williamson para a epistemologia social, nomeadamente para uma compreensão do conhecimento de grupo. As questões que irão orientar este artigo são as seguintes: Como devemos entender uma abordagem do conhecimento-primeiro aplicada ao conhecimento de grupo? E o que nos ensina essa abordagem do conhecimento-primeiro em relação a uma das questões mais prementes da epistemologia social, nomeadamente a disputa entre as teorias sumativistas e não-sumativistas de grupos? Sustentamos que pode ser desenvolvida uma teoria do conhecimento-primeiro aplicada ao conhecimento de grupo e que essa abordagem favorece o não-sumativismo. Pode ler este artigo aqui.
Como lidar epistemicamente com os desacordos com que nos deparamos? Quais são as normas epistémicas que devem reger as nossas respostas perante desacordos? Para responder a essa questão central escrevi o artigo “Gnostic Disagreement Norms” agora publicado no European Journal of Analytic Philosophy. Neste artigo, de modo a responder a essa questão, começo com alguns esclarecimentos. Primeiro, se utilizarmos uma distinção útil na teoria da normatividade entre normas avaliativas e prescritivas, há duas leituras da questão central – exploro essa distinção na secção 2. E em segundo lugar, aceito o gnosticismo, ou seja, a tese de que o bem epistémico fundamental é o conhecimento. É com este pressuposto que procuro responder à questão central. Então, se o gnosticismo é verdadeiro, qual é a resposta plausível à nossa questão central? Na secção 3 defendo normas gnósticas de desacordo como resposta a essa questão e na secção 4 aplico tais normas a casos particulares de desacordo. Este artigo está disponível para leitura aqui.
No meu artigo sobre o Fundacionalismo (ver aqui) analiso diferentes versões de fundacionalismo (nomeadamente, o fundacionalismo clássico, o fundacionalismo moderado internista, e o fundacionalismo moderado externista) como resposta ao enigma sobre a estrutura da justificação, também conhecido tradicionalmente como o Trilema de Agripa. Começo por formular explicitamente esse enigma e, de seguida, examino o argumento da regressão a favor do fundacionalismo. Por fim, discuto as diferentes versões de fundacionalismo e defendo que a versão mais plausível é a do fundacionalismo moderado externista. Esse artigo está disponível para leitura aqui.