Críticos da conceção teísta de Deus por vezes argumentam que a perfeição moral é incompatível com a omnipotência. Isto porque se Deus é omnipotente, então ele deve ser capaz de fazer mal, ao passo que se Deus é moralmente perfeito necessariamente, ele não pode fazer mal. Este raciocínio foi bem desenvolvido por Wes Morriston no artigo “Omnipotence and necessary moral perfection: are they compatible?” (de 2001). O argumento de Morriston pode ser formulado desta forma: Considere-se alguns estados de coisas particularmente maus e completamente injustificados, E, tal como todo o ser senciente sofre dores agonizantes durante toda a sua vida. Assim:
- Se Deus é moralmente perfeito necessariamente, então não há mundo possível em que Ele atualiza E.
- Se Deus é omnipotente, Ele tem o poder de atualizar E.
- Se Deus tem o poder de atualizar E, então há um mundo possível em que Ele atualiza E.
- Logo, não é verdade que Deus é moralmente perfeito necessariamente e omnipotente.
Será este um bom argumento? O argumento é logicamente válido, mas será sólido?
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